A segunda bebida mais consumida no mundo depois da água, o chá tem uma
história deliciosa que começou na China há mais de cinco mil anos e que
proliferou para os quatro cantos do mundo, onde continua a ser, ainda hoje,
muito apreciado.
Em mandarim e no dialeto de Cantão, o vocábulo é ch’a, nos dialetos chineses de Amoy e Fukien, a palavra t’e. A primeira forma deu origem ao
português chá e a segunda forma ao
francês thé e ao inglês tea.
O chá é feito das jovens e tenras folhas da árvore de chá. As diferenças
entre os muitos tipos de chá disponíveis são baseadas nos métodos particulares
usados para processar as folhas. A chave para todo o processo é o da secagem e o
da fermentação. Pela fermentação, as folhas originalmente verdes tornam-se
marrom-avermelhadas. Quanto mais longa a fermentação, mais escura é a cor. Dependendo
da duração da secagem e do grau de fermentação, a fragrância pode variar de
floral para frutas ou para malte.
O chá que não foi fermentado é chamado de “chá verde”. O chá macerado de
folhas verdes é jade-verde para amarelo-verde em cor e emite a fragrância de
legumes frescos. Exemplos de chá verde são "Bem Dragão" (Lung-ching) e "Caracol Verde de
Primavera" (Pi-lo-ch'un).
Os chineses chamam o chá que sofreu completa fermentação de "chá
vermelho" (hung-ch'a); no Oeste
é conhecido como "chá preto". O chá feito de folhas de chá preto é
marrom-avermelhado em cor e tem um aroma semelhante ao malte.
Oolong ou chá "Dragão Preto" (Wu-Lung) é um exemplo de um chá
parcialmente fermentado. Este chá é único na China, e Taiwan é uma de suas
maiores áreas de produção.
O chá Oolong é apresentado em
três graus de fermentação: ligeiramente fermentado, moderadamente fermentado e
completamente fermentado. As características de identificação do chá Oolong ligeiramente fermentado, como o Paochung, são as seguintes: aroma cheio
e cor clara e dourada. Tipos moderadamente fermentados como o "lronBuddha"
(T'ie-kuan-yin), "Narciso"
(Shui-hsien) e "Pico
Congelado" (Tung-ting) possuem
uma cor marrom e um sabor "maduro". São chás que atraem mais pela
sensação do gosto do que pelo cheiro, possuindo um leve sabor doce ao final. A
infusão de folhas de chá, moderada à fortemente fermentadas, como "Cabelo
Branco" Oolong (Pai-hao Wu-lung), possui uma cor vermelho-laranja e um aroma de
frutas.
Para fazer um bom chá, deve ser dada uma atenção especial à qualidade da
água, à temperatura da água, à quantidade de folhas de chá usadas e ao tipo de
bule. Água suave (água com um baixo conteúdo mineral), que é clara e fresca,
deve ser utilizada para macerar o chá; água pesada deve ser evitada de todas as
formas. A temperatura de água correta varia de chá para chá; para tipos
completamente fermentados e tipos moderadamente fermentados deve ser próxima da
ebulição (100 graus Celsius ou 212 graus Fahrenheit ); porém, deve ser baixa como 90 °C (194 °F) ou menos para ligeiramente fermentados ou chás verdes.
O "cultivo de bules" por uso repetido é um passatempo popular
e refinado em Taiwan.
A proporção de folhas de chá para
molhar também depende do tipo de folhas de chá usado. O bule pode ser
preenchido de um quarto a três quartos cheio de folhas de chá, dependendo
principalmente em como firmemente enroladas as folhas de chá estão, como resultado
dos processos de assar e rolar. O bule é então enchido de água. O tempo de infusão
ou maceração em água quente começa a um minuto, mas varia de chá para chá. O
tempo requerido para bebidas fermentadas subsequentes das mesmas folhas deve
ser proporcionalmente prolongado. O melhor tipo de bule para usar para a
maioria dos chás fermentados é uma panela de cerâmica púrpura. O tamanho da
panela deve estar em proporção correta ao tamanho das xícaras. Idealmente, as
xícaras devem ter interiores brancos, para facilitar a precisão da cor do chá.
Pessoas cativadas pela bebida do chá também desfrutam a beleza e o tato
de bules. Bules pequenos são usados para macerar chá (pelo método de maceração
"kung fu") na maioria das casas na República da China hoje em dia. Este
método particular tem sido passado até o presente desde os dias do Imperador
ShenTsung da Dinastia Ming no século 16 na China, ostentando, assim, uma
história de 400 anos. O aroma e a doçura do chá podem ser notados, quando usado um bule pequeno para macerar o
chá. Durante as Dinastias Ming (1368-1644) e Ch'ing (1644-1911), os bules de
cerâmica púrpura de Yihsing e Kiangsu eram os mais famosos. Qualquer
peça feita por um oleiro mestre é buscada em todos os lugares e vale seu peso
em ouro. Enquanto mestres oleiros na República da China continuam a produzir os
tradicionais bules de cerâmica púrpura, eles também desenvolveram vários
desenhos criativos de bules novos que receberam entusiasmada resposta pública.
Colecionar bules se tornou um passatempo da moda.
Na China o chá é tomado antes ou após as refeições, mas dificilmente
durante. Toma-se chá em qualquer hora do dia ou da noite, normalmente vertendo
água fervente sobre as folhas no copo. Quando sobrar apenas um terço ou um
quarto do chá no copo, verte-se mais água até enchê-lo de novo. Essa segunda
infusão é considerada a melhor do ponto de vista do sabor. As folhas usadas de
chá são utilizadas como fertilizante em plantas domésticas. Os chineses nunca
colocam derivados de leite no chá. O provador de chá mostra sua aprovação
batendo na mesa com três dedos, costume que remonta ao tempo imperial.
Os rituais, tais como benzer-se, aspergir água, ajoelhar-se, são ferramentas que ajudam o homem a se conectar com o divino, porque expressam o pensamento cósmico e marcam o ponto em que o natural e o sobrenatural se encontram e se interpenetram.
Tradicionalmente, os rituais são feitos com o intuito, para que certos
processos existenciais sejam compreendidos. No local do ritual se consegue
reunir uma certa quantidade de energia, uma certa quantidade de prana, para que as pessoas possam se
beneficiar. Existem vários tipos de rituais realizados para diferentes
benefícios. Há uma ciência por detrás de cada um deles. Se eles forem realizados
adequadamente, determinados campos de energia podem ser criados. A energia pode
se intensificar, passando a predominar no ambiente.
O chá é a bebida nacional da
China. O chá contém vitaminas. É um diurético. Ajuda a melhorar a visão e
aumentar a agilidade mental. Então os
chineses acreditam que os bebedores frequentes de chá desfrutam um palmo de
vida a mais. Suas propriedades médicas e benefícios para o corpo humano foram
de fato cientificamente provados, e o chá veio ser reconhecido como um alimento
natural saudável.
Os benefícios terapêuticos do chá são realmente indubitáveis e seu
consumo, durante e após as refeições, melhora muito o processo digestivo. Para
a medicina chinesa, bebidas geladas durante a refeição paralisam o sistema
digestivo, enquanto as quentes o favorecem.
Suas propriedades antioxidantes são superiores às da vitamina C e vitamina
E, retardando o envelhecimento celular. Seu efeito na aceleração do metabolismo
o torna muito eficiente nos regimes de emagrecimento.
Eis alguns benefícios principais:
- Diminui o colesterol.
- É anti-inflamatório.
- Normaliza a tireoide.
- Antidepressivo
- Antigripal.
- Possui efeitos anticancerígenos.
- Ajuda a prevenir cáries.
Entretanto a forma de preparo que é apresentada normalmente, de se
ferver o chá de 4 a 8 minutos está equivocada. Seguem algumas dicas:
- Em primeiro lugar, evite ferver a água para o chá. A água deve estar
quase no ponto de fervura, quando solta aquelas "bolinhas" no fundo
da vasilha.
- É um mito essa história de que o chá verde é amargo. Algumas
variedades de chá japonês podem se apresentar amargos, mas são variedades
especiais (e caras). O segredo é não deixar o chá muito tempo na água quente ou
colocar pouca erva no bule/xícara. Se cozinhar por 8 minutos, como está
escrito, o chá fica intragável.
- Não jogue fora a erva utilizada! Quando estiver acabando o chá, verta
água quente novamente sobre as folhas. Os chineses afirmam que essa segunda
infusão dá o verdadeiro sabor do chá. E você faz quase duas porções com a mesma
erva!
- Depois de utilizado, deixe a erva esfriar e coloque nos seus vasos. É
um excelente adubo!
Vejam este conjunto de chás. Muito interessante!
Conjunto de seis latinhas, cada uma
contendo um tipo de chá aromatizado, nos sabores: tikuanyin (tipo de chá verde escuro), chá branco (versão menos processada de chá verde, de folhas
coletadas antes das flores se abrirem), pu
li tea (chá escuro, fermentado), lycheeblacktea
(chá preto aromatizado com lichia), orchidtea
(chá oolong aromatizado) e jasminetea (chá
de jasmim).
Ingredientes: Folhas de
Tikuanym, Shou Me, Jasmim,
Lichia Preta, Lukon, Puerth (Camélia Sinensis) e Aroma de
Orquídea.
"Não Contém Glúten"
Fabricante: WinWa
Origem: China
O chá Ti Kuan Yin,
assim como outros derivados da planta Cameliasinensis,
possuem propriedades importantes para o corpo – como os antioxidantes –
permitindo um envelhecimento mais lento. Os antioxidantes são moléculas que
impedem a produção dos radicais livres, que causam envelhecimento, doenças do
coração ou até mesmo câncer. Aposte numa dieta rica em antioxidantes, pois eles
auxiliam na qualidade de vida por mais tempo, inclusive na velhice. Os
benefícios podem ser percebidos com uma xícara de chá diariamente.
Conhecido como o melhor dos oolongs, este aromático e elegante chá vem da
província de Fujian. Seu aroma é floral e delicado. O Oolong é um chá
semi-fermentado que está no meio do caminho entre o chá verde e o chá preto.
Os chás Oolong estão cada vez mais populares devido aos seus estudos
recentes indicando que eles ajudam o corpo a diminuir a gordura e metabolizar
alimentos gordurosos. Também contêm menos cafeína dos que os chás pretos.
Ingrediente: chá oolong
Bom chá!
Utensílio prático para o preparo de chás
Mas vale a dica para um preparo prático e moderno de chá com o vapt-vupt da Talchá, um preparador de chá que facilita sua vida na hora de preparar um chá de boa qualidade.
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Erva-cidreira ou
capim-santo ou capim-limão
Vou falar sobre um chá que muito aprecio pelo seu sabor e
aroma.
Aqui na minha região, ele é conhecido como erva-cidreira, mas em outras regiões ele também é denominado capim-santo ou capim-limão pelo odor de limão que é liberado de suas folhas.
Aqui na minha região, ele é conhecido como erva-cidreira, mas em outras regiões ele também é denominado capim-santo ou capim-limão pelo odor de limão que é liberado de suas folhas.
Cymbopogon citratus
Stapf, o popular
capim-santo, é espécie originária da Índia. Foi introduzida no Brasil
possivelmente já no tempo colonial e era utilizada como planta ornamental,
sendo encontrada em todo o país. Essa espécie é uma erva perene, ereta, que
forma touceiras compactas, com caule rizomatoso, muito ramificado,
semissubterrâneo e com nós bem demarcados. Essa planta, que pertence à família Poaceae, pode atingir mais de 1 m de
altura. As folhas do Cymbopogon citratus
Stapf são alternas simples, lineares, pontuadas, aromáticas,
paralelinérveas, com margens ásperas e cortantes e chegam a medir cerca de 50
cm.
Existe outra planta da qual também pode se fazer chá denominada Melissa officinalis e que também é conhecida como erva-cidreira. Mas não devemos confundi-las. São diferentes. A Melissa officinalis pertence à família da menta e da hortelã.
A erva-cidreira (capim-santo ou capim-limão) possui
diversas propriedades medicinais. Ele, por exemplo, pode ser utilizado como
sedativo leve, contribuindo para combater a ansiedade e aumentar o sono.
Quanto ao preparo, é importante esclarecer que há dois modos básicos: a infusão e a decocção.
Na infusão, a água é aquecida
até ponto de fervura (quando começam a se formar bolhas no fundo da chaleira),
então a água quente é vertida sobre a planta e a mistura fica em repouso por
alguns minutos, de preferência tampada. Esta técnica é geralmente aplicada para
preparação de chás de folhas, flores e frutos moídos e preserva o óleo
essencial.
Já na decocção, as partes da
planta são fervidas junto com a água por alguns minutos. Esta técnica é
aplicada geralmente para o preparo de chás das cascas, raízes ou pedaços de
caule, que por serem mais duros precisam de um método mais rigoroso para a
extração para a água dos compostos benéficos presentes na planta. Para se obter
o efeito esperado, é preciso seguir qual o modo indicado de preparo do chá
escolhido.
Preparo do chá por decocção
Não preparei o chá de erva-cidreira
por infusão, ou seja, derramando água fervente em cima das folhas cortadas e cobrindo
o vasilhame ou chávena. Preferi prepará-lo por decocção, pois juntamente com as
folhas, eu me utilizei do talo, aquela parte branca perto da raiz, que é mais
durinho. Desta forma, acho que se consegue extrair mais o gostinho do chá de
erva-cidreira. E, inclusive, ele fica mais verdinho.
O ritual do chá aqui começa na
colheita da planta. Como queria fazer o chá da folha com o talo, tive que
cortar a planta próximo à sua raiz, com
cuidado, porque as folhas são cortantes, portanto é bom levar uma faca e uma
tesoura, para poupar as mãos de um eventual corte com a própria folha da
planta.
Depois de dar uma enxaguada nas
folhas, cortei-as em pedaços menores enquanto a água na chaleira esmaltada ia
sendo fervida. De preferência não utilize utensílios de alumínio, ferro ou
qualquer metal na preparação ou armazenamento do chá. É melhor usar utensílios
de vidro, porcelana, cerâmica ou inox, que
não liberam resíduos tóxicos, para evitar alterações na cor e sabor do chá.
Coloquei as folhas já cortadas com
os talos na água (mais ou menos 01 prato cheio de folhas cortadas para 01 litro
de água) e deixei ferver por uns 05 minutos até exalar aquele cheiro gostoso da
erva-cidreira e até a água ficar com uma coloração esverdeada. Pronto. Após,
coei e coloquei o preparo num bule de chá. Para sofisticar, escolhi um bule de
porcelana. Hora de saborear! Delicioso!