sábado, 20 de fevereiro de 2016

A Cortina Encantada do Natal



Você acredita na Magia?
O fato de acreditar na magia já nos leva ao seu encontro.

E assim me inspirei no primeiro capítulo do livro “A Magia” de Rhonda Byrne para fazer este preâmbulo.


Imaginar, sonhar, desejar, faz toda a diferença!

Olhar a vida com entusiasmo e admiração é estimulante.

Durante a infância nossos olhos enxergam nas pequenas coisas um mundo mágico que nos enche de emoção, porque nos fascina.

As cores das asas das borboletas, as flores de várias formas, os insetos em seu mundo micro, o céu que se abre para o universo, a enxurrada que desce a ladeira, as gotas de chuva que salpicam na janela, os tapetes com variedades de desenhos e as cortinas que enchem o ambiente de mistério ... Tudo se traduz em magia no mundo de uma criança!

Imaginem o Papai Noel saindo da Lapônia, conduzindo um trenó no céu, puxado por várias renas, com um grande saco vermelho cheio de presentes para serem distribuídos no mundo todo no Dia de Natal. Como seria isso possível? E ele sempre consegue!

Sonhos podem se tornar realidade, as estrelas estão ao alcance de nossas mãos. E, então, nossos corações se enchem de alegria, porque a imaginação não tem limites.


Quando nos tornamos adultos a magia fica encoberta pela realidade, pelo peso das responsabilidades, dos compromissos, dos problemas e das dificuldades. E a perspectiva do adulto em relação à vida acaba se tornando negativa.

A minha proposta é des-cobrir a realidade para deixar emergir a magia e deixar vir à tona a perspectiva infantil em relação à vida, ou seja, permitir que a vida se revele maravilhosa e empolgante e que seus sonhos se concretizem.

Buscar a magia é entrar em um mundo invisível de encantamentos. E quando se descobre esse mundo, nossos olhos se enchem de espanto e admiração e voltamos a ser criança.


E, ao escrever este conto, mergulhei no passado, revivi um pedacinho da minha infância e pude sentir a magia de uma noite de Natal.




A Cortina Encantada do Natal


Véspera de Natal. Anoiteceu. Minha avó me disse:
- Vamos fechar as cortinas para esperarmos o Papai Noel chegar.

Indaguei curiosa:
- Por que vovó?
- Ele chega escondido. Só quando ninguém o está vendo.
Não me esqueço daquela cortina. Era cor-de-rosa, meio pesada, com linhas brilhantes. Ela se tornou mágica para mim naquele instante.

Meus olhos atentos não desgrudaram de sua direção. Às vezes ela se mexia. Seria o Papai Noel chegando?
Minha família chegava para a ceia.



O cheiro de peru assado rescendia na casa. Ah! E tinha outros cheiros: o de tender, da farofa e do arroz. As castanhas crocantes eram bem atraentes pelas suas formas: nozes, castanhas-do-pará, amêndoas e avelãs. 

As castanhas portuguesas eram cozidas e macias. As nozes inteiras eram motivo de brincadeira para as crianças. Gostávamos de quebrá-las no vão das portas, entre a porta e o batente, só para ouvir o barulhinho de "creck". As frutas secas (tâmaras, passas, figos e damascos) coloriam as mesas. 

Sobre as tâmaras ... Depois que minha avó me falou que seu aspecto se parecia com a de uma barata ... Hummm! Fiquei meio grilada, desconfiada com isso! Cachos de uvas também enfeitavam a mesa: as italianas verdes e graúdas e as niágaras roxinhas mais azedinhas. 


Vinhos imponentes descansavam sobre a mesa. Todos brindavam o Natal com um tim-tim.



De repente achei que havia escutado algo naquela sala da cortina cor-de-rosa. Fiquei meio assustada. Tinha medo de me aproximar. E se eu me deparasse com o Papai Noel?


Sentei-me no chão, na soleira da porta que dava para um corredor ao céu aberto. Olhei para cima para ver se algum trenó estava no céu. Mas só vi estrelas piscando.


Não tinha sono. Mas minha avó me mandou ir para cama:
- Vá dormir, Adriana, porque o Papai Noel deve estar chegando!

Com a cabeça no travesseiro fiquei imaginando aquele velhinho de roupas vermelhas e barbas brancas dirigindo no céu estrelado o seu trenó puxado por renas gigantes.


Fechei os olhos. Imaginei e adormeci.


De repente acordei. Olhei ao redor da minha cama, e tudo estava quieto. Escutei minha avó me chamando:
- Adriana, você acordou? Venha, então, aqui e venha abrir a cortina da sala!


Com o coração disparado, abri a cortina cor-de-rosa e uma explosão de alegria encheu meu coração. Fiquei surpresa ao ver um pequeno automóvel que pedi para o Papai Noel. Era um fusquinha vermelho com luzinhas e buzina, bem parecido com o Volkswagen Beetle. E, ao lado, havia outro pequeno automóvel, um jipinho verde do exército, um Willys military jeep. Não era de plástico como o fusquinha. Era de metal verde. Parecia de verdade mesmo. Ah! Este era para meu irmãzinho. Um sonho! Perfeito!





E perguntei à vovó:
- Como ele conseguiu trazer o fusquinha até aqui?
- O Papai Noel tem os seus truques, Adriana! - e riu.
Mas para mim a cortina cor-de-rosa sempre será um portal mágico e sempre vou acreditar em Papai Noel!


O Papai Noel : origem e tradição
http://www.suapesquisa.com/historiadopapainoel.htm


"Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.



A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.




Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.



Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.


Atualmente, a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas. 


É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa".





 Minha querida e saudosa avó definiu o Natal de uma forma bem simples e que envolve todo o encanto e imaginário do mundo infantil e que deve permanecer para sempre: “O Natal é a festa das crianças!”.





 Curiosidades! Papai Noel em vários idiomas:


Alemão: Weihnachtsmann ou Kriss Krigles (Criança do Cristo)
Chinês: 聖誕老人 (Shèngdàn lǎorén)
Dinamarquês: Juliman
Espanhol: Papá Noel
Finlandês: Joulupukki
Francês: Père Noël
Holandês: Kerstman
Indonésio: Sinterklas
Inglês: Santa Claus ou Father Christmas
Italiano: Babbo Natale  ou Belfana
Japonês: サンタクロース (Santakurōsu) ou ou Jizo
Macedônia:  Dedo Mraz 

Chileno: Viejito Pascuero 

Finlândês: Joulupukki 

Dinamarquês: Julemanden 
Português de Portugal: Pai Natal 
Português do Brasil: Papai Noel 
Russo: Санта Клаус ou Grandfather Frost ou Baboushka
Sueco: Jultomte


E assim termina uma das minhas histórias de infância e quem sabe também sua, com muita magia e alegria.


Feliz Natal! 



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