Benzer é
invocar a proteção do céu sobre pessoas ou
coisas.
E vasculhando as acepções do vocábulo
"benzer" e derivados, encontramos os seguintes sentidos:
"Benzer" é invocar com o sinal-da-cruz (traçado no ar com os dedos); é invocar a
graça divina sobre algo ou alguém; é também aspergir com água benta algo não
destinado ao culto divino, invocando para ele a proteção divina.
"Benzedura" ou "benzeção" é o ato de benzer com
ou sem o sinal-da-cruz, acompanhado de orações com fórmulas especiais,
supersticiosas. Pode ser também o emprego de bruxarias.
"Benzedor" ou "benzedeiro"
é aquela pessoa que pretensamente afasta o mal.
Prefiro ficar com o primeiro significado, porque o acho mais apropriado e mais
expressivo, mais próximo dos verbos "abençoar" e "bendizer":
benzer é invocar a proteção do céu sobre
pessoas ou coisas.
Quanto à palavra correta para o ato de benzer, podemos nos
deparar com "benzedura", "benzeção" e "benzimento"
nos dicionários. Mas prefiro a fala do que a língua, a norma popular do que a
culta, no presente caso, tendo em vista que o "ato de benzer" é
extraído da cultura popular. Desta forma,
vou-me deixar levar pelos usos e costumes, pelo que é real e concreto, e
vou-me utilizar do termo "benzição", como se fala mesmo.
Na cultura popular a "benzição"
consiste em rituais que pretendem a cura de males de ordem física e espiritual.
Geralmente é praticado por pessoas mais velhas, que aprenderam a benzer com as
suas mães e avós. É uma prática que faz parte da tradição, que passa de geração
para geração, principalmente no interior de Minas Gerais. Distante dos grandes
centros, das farmácias e dos médicos, moradores da zona rural, roças e
fazendas, se apegam à natureza e ao que ela tem a oferecer para suprir suas
necessidades. Mas, muitas vezes, quando os remédios farmacêuticos, prescritos
por médicos, não conseguem ter êxito, ou seja, quando não estão funcionando
para o fim almejado, o jeito é apelar para tratamentos alternativos, sem muito
ou sem nenhum respaldo científico, e que, de repente, resolve, como é o caso
da "benzição". Por acaso alguém conhece alguém que benze contra
cobreiro?
O ato de benzer nada mais é do que o ato de
rezar e só funciona se houver fé, se acreditar em uma força divina, que detém o
poder de cura. E para cada mal existe um ritual de cura.
Além de vivenciar, quando criança, esta
prática, pois minha avó costumava me levar para benzer de vez em quando, e além
de pesquisar um pouquinho a respeito, andei também conversando com uma amiga
minha que é benzedeira, a Dona Euripa, pessoa muito boa e com muita experiência
de vida. E ela me explicou várias coisinhas a respeito da "benzição".
É um assunto que não se acha em livros, porque essas experiências são passadas
de uma geração para a outra e oralmente. Aprende-se vendo e fazendo com os mais
antigos, se tiver dom e fé, claro!
A "benzição" está mais ligada à natureza e é de ordem
espiritual. É feita com rituais e visa à busca de energia de ordem espiritual e
vinda da natureza, ou seja, das plantas, das águas, do ar, onde se encerra o
fluido cósmico. E este fluido cósmico é propriedade divina, de Deus.
O espiritismo também se utiliza do mesmo fluido cósmico enquanto
elo divino, porque este fluido vital é o que energiza as nossas vidas. Tudo vem de Deus e volta a Deus.
Para benzer tem que ter dom e vontade, diz a Dona Euripa.
Tanto no passe espírita quanto na "benzição" são
utilizadas as mãos para transmitir energias fluídicas de uma pessoa para outra.
Só que no passe não é preciso tocar o doente, basta a imposição das mãos. Mas
em ambos os casos há que se apelar aos bons espíritos, orar e querer o bem.
Basta impor as mãos sobre a dor para acalmar, desde que tenha um sentimento de
fé, fervor, vontade e confiança em Deus. E a imposição das mãos para a cura foi
usada e ensinada por Jesus. As energias
curativas produzidas pela imposição das mãos são de natureza magnética com o
fito de reestabelecer o equilíbrio energético em nosso corpo físico e
espiritual.
Na "benzição" geralmente é utilizado o toque das mãos
e algum ramo, como arruda, alecrim, mirra dentre outros. É um ritual feito com
palavras também.
A “benzição” procura o apoio na natureza: plantas, águas e ar. O
ar, por exemplo, simboliza o movimento de transformação
dos seres. E as plantas têm energia própria. A natureza tem o poder de acalmar
nossas emoções, limpar nossa mente e modificar nosso padrão vibratório.
A intuição manda. O benzedor é um filtro, por isso muitas vezes,
quando se está benzendo, o benzedor costuma abrir a boca para bocejar várias
vezes e mesmo chorar. É uma forma de eliminar as impurezas que captou do outro.
Como se aprende a benzer? É um dom divino, cada um tem, depende
da vontade, do exercício e da fé.
Existem vários rituais. Aquele que benze usa a intuição como ela
pede. Pode-se benzer de cobreiro, de
erisipela, de cobra, de lagartixa, de aranha dentre outros.
As benzedeiras costumam benzer de "espinhela
caída". Mas o que é isso? Também conhecida por "lumbago". Dizem
que ocorre quando aparece um ossinho mole no centro e bem na parte inferior da
caixa torácica perto do estômago. Geralmente quem está com a "espinhela
caída" tem vômitos e dores no estômago e na barriga. Alguns dizem que a
"espinhela caída" aparece quando alguém leva um susto e vomita, e
depois fica inapetente por conta disso. Existem alguns rituais que acompanham a
"benzição" para a cura deste mal. É preciso amarrar uma tira de
tecido ao redor do corpo da pessoa, debaixo do peito, e rezar fazendo o sinal-da-cruz
no lugar.
Elas também costumam benzer contra
"impingem". Mas o que é isso? É uma doença de pele causada por
fungos, que provoca o aparecimento de pequenas bolhas que depois que secam
ficam amareladas ou avermelhadas. O ritual consiste em benzer em uma noite
estrelada. Molha-se o dedo na saliva da pessoa e o aponta para a estrela no
céu. As palavras utilizadas neste momento têm que estar direcionadas a Deus,
pedindo a cura.
Outro famoso tipo de "benzição" é
contra cobreiro. Mas o que é isso? É uma erupção de bolhas na pele, que dizem,
que é causado pelo contato com um animal peçonhento, como cobra, sapo e aranha.
Para acabar com este mal, a benzedeira pode enrolar algumas folhas de mamona no
local, depois retira estas folhas, cortando-as com a tesoura, e as coloca para
secar ao sol. E, acredita-se que à medida que o material seca, o cobreiro vai
sarando.
Os elementos utilizados para se
benzer são vários, tais como: vela, tesoura, faca, carvão, ervas, água,
ramos, sal, Bíblia, rosários, fios de linha, etc.
Os elementos mais populares são os
que provêm da própria natureza, notadamente, o ramo. O ramo funciona como um
catalisador do mal, não deixando que o mal vá para cima da benzedeira, pois
quando não se usa o raminho, as benzedeiras costumam dizer que o mal "vira
pra elas". Segurando uma ramo e passando-o em volta da pessoa que está
sendo benzida, a benzedeira vai rezando e, se a pessoa estiver
"carregada" de mau olhado, inveja ou quebranto, por exemplo, as
folhas ficam "murchas".
Alguns ramos de plantas são mais
utilizados para se fazer a "benzição", tais como: alecrim, arruda,
mirra e manjericão.
Mas o que é isso? Benzer contra
quebranto?
Quem já não se sentiu deprimido, mole
ou cansado, ou já não levantou com uma "ruindade danada", mas que não
sabe o que é e não consegue perceber uma causa para aquele mal estar? Aí, encontra
alguém, que faz o seguinte comentário "isso é mau olhado", "isso
é quebranto". A causa seria a
inveja pura mesmo! Aquela sensação de uma nuvenzinha preta pairando sobre a nossa cabeça. Parece que tudo dá errado! O jeito é procurar uma benzedeira para tirar este mau
olhado.
O mau olhado ou quebranto é a doença
causada pela energia negativa do olhar de pessoas invejosas ou maldosas. Muitas
vezes não é intencional, mas sua força pode esmorecer o alvejado, causando-lhe
sintomas de depressão, angústia, pessimismo, nervosismo e insônia. Um dos
sintomas é bocejar sem parar. As crianças quando estão com mau olhado ou
quebranto ficam mais inquietas, irritadas, choram mais e não conseguem ter um
bom sono. Dizem que algumas crianças ficam com uma perna mais curta do que a
outra.
E como pode ser feito essa
"benzição contra quebranto"? A benzedeira poderá pegar um copo com
água, um galho de arruda ou mesmo de alecrim, molhar o galho e ir benzendo a
outra pessoa. Na medida em que o raminho molhado vai respingando água sobre a
pessoa, podem ser pronunciadas algumas palavras, pedindo a Deus para retirar o
quebranto sobre aquela pessoa. Segue esta sugestão para a ladinha: “Mal do ar, mal do mar, mal do fogo, mal da
lua, mal das estrelas, mal do ponto do meio dia, mal do ponto da meia noite. Se
tiveres com quebranto, mau olhado, feitiçaria e bruxaria, em nome de Deus e da
Virgem Maria, seja levado paras ondas do mar sagrado, onde não canta o galo nem
a galinha e nem tem criancinha chorando e nem cristão batizado. Depois rezar um
Pai Nosso e uma Ave Maria.”
A "benzição contra mau olhado ou
inveja" pode ser realizada com um copo com água. Deve-se ir molhando o
galho de arruda ou alecrim dentro do copo e ir fazendo o sinal-da-cruz da
cabeça aos pés. No final, deve-se jogar fora a água com o galho de arruda ou
alecrim do portão para fora da casa. Repetir por três dias seguidos, porque
geralmente para fazer efeito a "benzição" recomenda-se a prática por
três dias consecutivos. Enquanto se benze pode-se dizer: "Deus te fez, Deus te criou. Deus tire o mal
que no teu corpo entrou. Em louvor de São Pedro e São Paulo, que tire esse mau
olhado ou inveja". Ou pode-se dizer: "Assim como Deus criou o céu e a terra, deu forma à terra e criou
a luz para afastar as trevas e criou a água para se formarem os mares, assim
Ele tire de você este mau olhado ou este olho grande. Assim como Jesus nasceu
em Belém para ser o Salvador, para ser o pão da vida. Assim como Jesus foi
crucificado em Jerusalém para salvar os
pecadores. Assim eu peço em nome de
Nosso Senhor que se vá o mal desta criatura se por acaso o tem". E, no
final, como já foi dito, joga-se para fora da casa a água com o raminho,
repetindo o mesmo procedimento por três dias seguidos.
Um outro tipo de "benzição" antiga é "benzer de
cobreiro". Cobreiro é uma doença de pele conhecida por herpes, que se
manifesta na forma de bolhas avermelhadas e doloridas, acreditando os antigos
que ele aparecia por causa do contato com roupas sobre as quais uma cobra ou
outro animal peçonhento pudesse ter passado. Conta a Dona Euripa, que seu avô
benzia de cobreiro com um vidro de tinta. Pegava um pena de galinha e escrevia
a Ave Maria às avessas, de traz para a frente, no lugar onde estava o cobreiro,
ou seja, sobre a pele infectada.
No caso do cobreiro, que exsurge como sarna e excreta uma baba,
pode-se benzê-lo também com o talo de mamona. Cortam-se 03 (três) talos de
mamona, benze e depois põe os talos a secar em cima do fogão. Repetir esta
"benzição" por três dias para dar certo.
É comum benzer perto da água, porque a água tem propriedades
energéticas, catalizadoras e de cura, ou com talo de mamona, depende da
circunstância, depende do que a natureza está disponibilizando no momento. Há
sempre que se utilizar da natureza a seu favor e seguir a intuição.
Também se pode benzer animais, ou seja, benzer a fim de
protegê-los. "Benzer de cobra" é uma "benzição" diferente,
porque consiste em falar com as cobras e fazê-las entender que elas devem ficar
longe das vacas, ou seja, em um local em que as vacas não vão pisar. Isso é
feito para proteger as vacas das picadas de cobras e, consequentemente, evitar
que o fazendeiro tenha prejuízos com a perda do gado por picada de cobras.
Existem ainda vários tipos de "benzição"e rituais. Por
exemplo: "benzer de ar nos olhos" é benzer contra a conjuntivite; "benzer de erisipela"
é benzer contra aquelas manchas que aparecem na pele acompanhadas de
vermelhidão, dor e inchaço da região afetada.
Alguém já ouviu que uma criança está de
"vento virado" ou com o "ventre virado"? Uns dizem que é
quando a criança toma um susto e vira o ventre, e isso causa diarreia de cor
verde, deixando a criança mais irritadinha. Para acabar com este mal, deve-se
passar a criança por baixo das pernas de um adulto por três dias seguidos. O
"vento (ou ventre) virado" também ocorre quando se brinca de jogar as
crianças para o alto, causando-lhe mal estar, vômito e diarreia. Um outro ritual
do "vento virado" consiste em pôr uma pessoa de ponta à cabeça na soleira da
porta, ou seja, com os pés na soleira da porta e de cabeça para baixo.
Minha tia, tia Diva, que já faleceu e que também era benzedeira, me ensinou que ao sentir que alguém está lançando sobre você aquele olhar de inveja, espere ele virar as costas para sair, aí você faz com as mãos semifechadas, utilizando-se do polegar, por três vezes, o sinal-da-cruz na direção daquela pessoa, repetindo a seguinte frase "cruz-credo-ave-maria, cruz-credo-ave-maria, cruz-credo-ave-maria". É um tipo de mantra que vai proteger você contra qualquer energia negativa que lhe foi lançada por aquela pessoa.
Mas é bom alertar que a
"benzição" é um tratamento alternativo, mas não substitutivo do
tratamento médico. A "benzição" vai dar aquela pitadinha de fé no
tratamento médico convencional, ou seja,
o aspecto psicológico tem sua importância no fator "cura". Acreditar
que algo funciona, faz a diferença. Então acaba entrando a visão holística da
Medicina. O homem e meio ambiente funcionam juntos como um todo integrado. E os
aspectos físico, psicológico e social influenciam na cura de uma doença,
existindo, ainda, a possibilidade de autocura. Mas o que deve ficar bem claro é
que as curas espirituais e estes rituais de "benzição" têm o mesmo
objetivo da Medicina convencional: visam o bem-estar do ser humano. E o
tratamento espiritual e as "benzições" não dispensam o tratamento
médico. Os dois se completam.
Ervas
utilizadas para os rituais de "benzição":
Arruda (Rutagraveolens): ervinha originária da
Europa. Suas folhas exalam um cheiro acre, pois contêm um óleo volátil, a
rutina. Usada como inseticida, como estimulante. Suas sementes têm fama da
anti-helmíntico. A arruda esteve estreitamente associada aos feitiços e
superstições dos africanos escravos no Brasil e ainda hoje o povo a considera
eficaz contra mau-olhado, azares e quebrantos, sendo comum o uso de pedacinhos
de seu caule em breves e amuletos.
Guiné (Petiveria-alliacea): planta
medicinal, usada para fins terapêuticos devido a sua excelente propriedade
anti-inflamatória. A guiné no Brasil é muito utilizada, junto com
a arruda, em vasos de proteção colocados à porta das casas. A guiné funciona
como uma espécie de "antena" que capta as más vibrações (energias
negativas). Também
utilizada para banho, a guiné transmuta as energias negativas em positivas.
Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachiaamoena):
rodeada de superstições, a comigo-ninguém-pode é indicada para
quem quer afastar o mau-olhado. Diz-se que absorve as energias negativas das
pessoas mal intencionadas. Sua folhagem muito ornamental é composta de folhas.
Deve-se atentar para crianças pequenas e animais domésticos, pois é uma planta
bastante tóxica.
Espada-de-são-jorge (Sansevieria
trifasciata): além do seu uso ornamental, as
espadas-de-são-jorge são também conhecidas como plantas de proteção contra o mau-olhado,
devendo ser colocadas próximo à entrada das casas. É utilizada em rituais nas
religiões afro-brasileiras. Cuidam da limpeza do ar e produzem oxigênio, ajudando
a purificar o ar, na medica em que filtra sustâncias poluentes.
Alecrim (Rosmarinus
officinalis): é uma
planta cercada de misticismo. Entre os povos gregos e romanos era considerada
uma erva sagrada, denominada "flor por excelência". Servia para
entretecer, adornar suas coroas por ocasião de certas festas. O alecrim era
queimado nos santuários da Grécia antiga. Os gregos usavam coroas de alecrim em festas, como símbolo da imortalidade. E o seu fumo era utilizado na Idade Média
para desinfetar e afastar maus espíritos. Nas escolas eram usadas auréolas de
alecrim nas cabeças das crianças para melhorar nos exames. Usada como incenso
ou carregada como amuleto para atrair bons fluidos, principalmente em
casamentos, e afastar mau-olhado, quebranto e inveja. Também conhecida como "erva
das benzedeiras" ou "erva das bruxas". Na Idade Média, era usada como defumador e fumigante (desinfetante) em
dormitórios com pessoas enfermas. Também os egípcios usavam o alecrim em seus
ritos, visto que os túmulos têm vestígios da planta. A busca da cura da alma, através do alecrim, também
revelou aos povos antigos o caminho para a cura do corpo físico. A
versatilidade terapêutica da planta se encontra demonstrada em suas propriedades analgésica, antidepressiva,
antirreumática, antisséptica, anti-espasmódica e adstringente.
Uso mágico do
alecrim: afasta olho
gordo, erva da juventude eterna, do amor, amizade e alegria de viver. Erva
colocada debaixo do travesseiro afasta maus sonhos. Tocar com alecrim na pessoa
amada faz ter seu amor para sempre. Poção de amizade leva alecrim.
Efeitos
energéticos do alecrim: diz-se que o alecrim é um
“costurador do plexo solar”. Ele restitui rapidamente a energia perdida, dá
mais estrutura de trabalho aos que lidam muito com o mental-racional, é uma das
ervas que ajuda na depressão e estados permanentes de cansaço por problemas emocionais.
Ajuda, também, muito as crianças com uma estrutura emocional passiva, as que
não respondem de forma concreta às agressões da vida. Aumenta a capacidade de
aprendizado. É a planta chave da falta de autoestima. Atua nos desconfiados,
nos que não acreditam em si mesmos, nos que não têm coragem de se lançar em
novos projetos. É a erva da coragem.
Lendas e
mitos sobre o alecrim: diz a lenda que durante a fuga para o
Egito, Nossa Senhora sentou-se à sombra de um pé de alecrim para dar de mamar
ao menino Jesus, pendurando seu manto no arbusto. Por isso, acredita-se que a
cor das flores, antes branca, tornou-se azul, e que a planta nunca atinja
altura superior à de Jesus adulto.
Outro conto, diz que a
Bela Adormecida foi acordada pelo príncipe com um ramo de alecrim.
A crendice
popular usa o alecrim para afastar olho gordo. É considerada a erva da juventude eterna, do
amor, da amizade e da alegria de viver.
Manjericão (Ocimum
basilicum): é uma erva excelente
quando se trata de feitiços de amor. Também funciona muito bem em magia de
prosperidade, e para atrair riqueza. Ele é
envolto de cultura espiritual e simbologismos, sendo, inclusive, considerada
sagrada entre alguns povos hindus, por representar Tulasi, esposa do
deus Vishnu. A tulsi
é considerada uma planta sagrada no subcontinente indiano, e é estimada pelo
senhor Vishnu. Ela simboliza a
pureza.
Mirra (Commiphora
myrrha): uma
planta de relatos presentes inclusive na Bíblia. Conhecida pelo poder de
purificação, ou seja, por fazer uma limpeza das impurezas do espírito.
Protege a pessoa contra energias ruins. É indicada para ser cultivada em locais
de meditação. Cria um bom ambiente para preces, meditações e trabalhos
espirituais. Segundo a Bíblia, a mirra foi, além
de ouro e incenso, um dos três presentes dados ao Menino Jesus pelos Reis Magos, no Evangelho de Mateus.
Pimenta (Capsicum): Antigamente, na Ásia, a pimenta era
usada em um conjunto de amuletos, a fim de afastar maus espíritos. Esta superstição persiste até os dias atuais, o que
leva as pessoas a usarem uma ou mais pimentas para afastar maus olhados,
inveja e similares, em pulseiras, brincos, pendurados em portas, como amuletos
ou talismãs contra as energias ruins. Muitas
culturas utilizam a pimenta como amuletos da sorte, ou seja, contra as energias
negativas uma vez que sua característica mais marcante, ser ardida e de
coloração forte, afasta os maus espíritos, o mau olhado e a inveja. Não
obstante, a pimenta, considerado um alimento com grande poder, é também muito
utilizada na bruxaria, nos rituais e nas oferendas. Na Umbanda, a pimenta e
considerada um alimento quente e, por isso, associado ao fogo e utilizado por
alguns mentores espirituais, como Preto Velho e o Exu, com o intuito de
renovação espiritual e limpeza de energias. É considerada um símbolo da
sexualidade. Por ser de coloração forte, viva e possuir
ardor incomparável, a pimenta muitas vezes está associada aos desejos carnais,
uma vez que a expressão "picante" denota o prazer, quente, o
excitante e o provocante na relação. Ademais, a maioria dos formatos são
pontiagudos o que de certa maneira, está associado ao falo, órgão reprodutor
masculino.
Banho
com o chá de alecrim
Além do óleo
essencial, também é possível tomar banho com o chá de alecrim. Esse ritual
ajuda a eliminar mágoas profundas, além de promover uma limpeza energética e
purificação. A dica é preparar uma infusão com alguns galhos de alecrim e
depois do banho jogar a mistura no corpo, do pescoço para baixo. Esse banho
deve ser feito uma vez por semana.
Banho Zen para afastar as energias negativas
Se você quer ficar zen afastando assim,
todas energias negativas que te rodeiam durante o dia, tome este banho com
ervas.
Para afastar o mau olhado e tirar aquele
famoso peso nos ombros você vai precisar de:
Vela branca
Folhas de
hortelã
Folhas de
manjericão
Folhas de
alecrim
Todas
as folhas têm que ser frescas.
Ferva dois litros de água, coloque num
balde e macere as folhas abafando com uma toalha. Ou seja, coloque as folhas
dentro do balde com a água quente e tampe com uma toalha.
Leve o balde para seu banheiro, acenda a
vela, apague a luz e abra o chuveiro.
Ao tirar a roupa, imagine saindo junto a
energia ruim como uma casca, e entre no banho.
Tome banho sem pressa, e enquanto a água
cai no seu corpo, imagine energias negativas caindo ralo abaixo.
Pronto, agora tire as folhas do balde
com a mão mesmo e jogue a água do balde em seu corpo do pescoço para baixo.
Enxágue suas mãos no chuveiro e
desligue-o.
Vista-se e leve a vela com você para um
local seguro para terminar de queimar.
Você vai sentir um enorme alívio no
corpo.
Faz sucesso este banho aromático.
Se tiver banheira em casa, jogue direto
dentro dela a água macerada do balde. Cuidado com as folhas caso seja uma
hidromassagem. Retire-as antes.
Vaso
de 7 Ervas para proteção do lar
Aí vai um
passo-a-passo para montar o Vaso 7 Ervas, famoso por reunir plantas consideradas poderosas, que espantam as energias negativas
e atraem sorte, prosperidade e bons fluidos.
Escolhendo as plantas para o vaso
Não existe uma regra rígida sobre quais
são as sete espécies de plantas usadas na montagem deste vaso. A escolha das
plantas pode variar dependendo da região do país, mas a versão mais usada é
esta:
•Arruda (Rutagraveolens)
•Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia sp.)
•Pimenta (Capsicumannuum)
•Espada-de-são-jorge (Sansevieriatrifasciata)
•Manjericão (Oncimumbasilicum)
•Alecrim (Rosmarinusofficinalis)
•Guiné (Petiveriaalliacea)
Boa sorte!