sábado, 9 de maio de 2015

Yoga - Natarajásana - Postura do bailarino




"Em cada postura, o corpo, a mente, a ação e o movimento, bem como cada respiração dos invólucros físico, fisiológico, mental e intelectual, precisam ser igualmente equilibrados" ("A sabedoria e a prática da ioga" - BKS Iyengar)


A tradução é a postura do rei dos bailarinos, na verdade uma menção a Shiva, o criador do Yoga, que era tão harmonioso quando praticava que muitos diziam que era uma dança. Algumas lendas indianas contam que Shiva também dança para transformar o mundo, já que a virtude principal de Shiva é trazer transformação, destruindo o que é velho, estagnado.


A tradução desta postura como  "Lord of the Dance",  e de acordo com a religião hindu,  nos leva a Shiva, o deus da morte e destruição. É importante perceber que para ocorrer a destruição, antes é necessário que haja a criação, e, depois da destruição, novos começos podem surgir. Shiva também está associado com o fogo e o uso do fogo para purificar.



Na tradição hindu, Shiva é a divindade máxima do Yoga, o Senhor dos Yogues. Diz a tradição que Shiva criou o Yoga a pedido de sua esposa Parvati, para ajudar os seres humanos a se libertarem do sofrimento.

Natarajasana = nata (dançarino), raja (rei) e asana (postura), significa a posição do rei que dança.

A beleza singular da postura de Nataraja, o Deus de dança, desenvolve o equilíbrio e nos faz despertar a energia.


É uma postura do equilíbrio.

Durante a aula, na Suddha Dharma Mandalam Fundação Sri Vayera (http://www.suddha.net), e com a ajuda e orientação da minha querida professora de Yoga, Margaret, consegui entrar nesta postura. Nada fácil, mas também nada impossível!





“A paz nasce da serenidade e do equilíbrio. O equilíbrio é flexibilidade; a capacidade de ajustar-se graciosamente às mudanças. O equilíbrio acontece quando aceitamos as coisas como são”. (Jack Kornfield)


Benefícios deste ássana:
- Atua alongando os músculos das pernas. Fortalece as pernas e tornozelos.
- Favorece abertura toráxica. Estica os ombros e peito.
- Tonifica os órgãos de reprodução e abdominais. Estica a coxas, virilha e abdômen.
- Melhora o equilíbrio.
- Aumenta a concentração.
- Deixa a mente tranquila e traz paz ao coração.

O Natarajásana é um ássana de equilíbrio que não só fortalece as costas, mas trabalha a questão do equilíbrio de forma mais desafiadora que o vrikshásana, a árvore, pois além de ficar em um só pé, o eixo do corpo é modificado pela inclinação.
 Pode-se usar um cinto para ajudá-lo a juntar-se aos pés e às duas mãos juntas ou mesmo pode-se usar uma cadeira para se apoiar e dar mais equilíbrio.

Acessórios para prática de Yoga

Para os iniciantes algumas posturas podem ser muito complexas. E, para quem já pratica há muito tempo, tem sempre aquela posição nova a aprender. É aí que o cinto para a prática de Yoga. Ele funciona como uma extensão dos braços, auxiliando quem deseja alcançar os melhores resultados em sua prática.

Os acessórios na Yoga auxiliam na postura e, consequentemente, ajudam na tonificação dos músculos.



No  Iyengar Yoga para se alcançar um certo nível de familiaridade com os ássanas (posturas psicofísicas) e por ter que se manter por períodos prolongados de tempo nas posturas, são utilizados apoios, como cobertores, almofadas de espuma, mats (tapetinhos de PVC), blocos de madeira ou espuma, faixas elásticas e cintos (extensores), acessórios que ajudam a alcançar e manter o alinhamento correto.

BKS Iyengar



O guru indiano responsável por popularizar a prática de ioga no ocidente, BKS Iyengar, treinou centenas de professores para difundir esta modalidade da ioga, que utiliza cintos e cordas para ajudar os principiantes a realizar as posturas exigidas.

 

O que é Yoga? Qual sua origem? Qual o objetivo principal da 

Yoga?

É uma antiga filosofia nascida na Índia há mais de 5 mil anos. A Yoga auxilia o ser humano a integrar o corpo à mente e às emoções. Traduzido do sânscrito para o português, Yoga significa união.



O ser humano é visto como um todo (corpo, mente e espírito), e o objetivo principal da prática é livrá-lo do sofrimento de qualquer âmbito, seja ele corporal, emocional ou mental.

 

Provavelmente, a Yoga surgiu na civilização do Vale do Indus-Saravasti (Índia), quando era apenas um apanhado de técnicas difusas para investigação interior. O sábio Patañjali foi o responsável pela organização do método, por meio do texto conhecido como Yoga Sutra, um tratado que leva o praticante a um estado de consciência surpreendente: a iluminação ou samadhi. Ele nos ensina que “nossa consciência não é contínua: estamos aqui, mas com os pensamentos em outro lugar”.



 Ao lidar com padrões emocionais e mentais, subjugamos a agressividade instintiva e tornamo-nos mais amorosos e altruístas. A iluminação se dá no momento em que conseguimos enxergar a unidade na diversidade: todos os seres a nossa volta, embora pareçam diferentes, estão unidos por uma mesma essência, comum a todos.

 

Como o objetivo principal da Yoga é livrar o ser humano do sofrimento, essa ciência prega que o primeiro passo é se conhecer e controlar o próprio corpo material por meio de técnicas iogues específicas. Só assim, ou seja, garantindo um controle mínimo desejável do físico, é possível conquistar a saúde plena. O próximo passo é o controle da mente. Trata-se de uma prática psicofísica que não visa apenas à saúde e à estética do corpo, mas aquietar a mente para despertar a consciência corporal como uma unidade.



 Com o passar dos séculos, novas técnicas foram desdobradas das originais. Surgiram linhas que enfatizavam mais um aspecto ou outro: o Jñana Yoga focava o estudo; o Bhakti Yoga, a devoção; o Karma Yoga, a ação desinteressada, etc.

 

Entre as grandes linhas surgiu, também, o Hatha Yoga, com ênfase nos corpos físicos e energéticos. Ele utiliza o físico para expandir a consciência.

 

Quais são os tipos de Yoga? Quais são as diferenças?

 

Há mais de 100 tipos de Yoga reconhecidas no Brasil. Entre os mais populares, destacam-se a Hatha Yoga, que engloba técnicas corporais, respiratórias e de relaxamento; a Bakti Yoga, de cunho religioso, a Jñana Yoga, que busca o autoconhecimento; a Raja Yoga, também chamada de “Yoga mental”; e a Tantra Yoga, que cultua a energia sensorial. Todos visam o equilíbrio entre mente, corpo e alma para atingir o Samadhi, que é a plenitude espiritual.

 

Em vez de partir das diferenças entre as diversas linhas existentes da Yoga, torna-se mais produtivo e menos desgastante buscar as semelhanças entre elas, chegando a explicações mais coerentes. A semelhança entre essas modalidades é que todos buscam ampliar o estado de consciência dos praticantes, levando-os a conhecer melhor a si mesmo e ao mundo que os cerca. Todos esses sistemas nos treinam para experimentarmos o “Samadhi”, um estado de consciência extraordinário em que nos sentimos conectados a tudo, dando a percepção de que somos plenos, perfeitos e felizes! Ou seja, são estilos diferentes, mas com objetivos em comum.

 

 

- Hatha Yoga (Yoga básica) – o caminho do esforço determinado: É o estilo mais clássico. Com um ritmo tranquilo, integra alongamento, relaxamento e respiração sem movimentos bruscos. Tonifica os músculos e, por meio da respiração, induz à meditação e ao controle das emoções. Enfim, a Hatha visa à concentração, à consciência corporal, ao autocontrole e à respiração consciente. Promove um bem estar físico e mental pela “simplicidade” e eficiência das posturas, movimentos e respiração. O estilo é ótimo para iniciantes.



- Iyengar Yoga: Ramificação da Hatha, porém mais intensa, o Iyengar Yoga tem como principal característica o alinhamento do corpo, tornando conscientes os condicionamentos que moldam as nossas estruturas musculares. O foco maior é nas posturas, - e não nas repetições -, que são realizadas com o recurso de acessórios, como cintos, almofadas, blocos e faixas, que ajudam na prática, e também exigindo bastante tempo de permanência em cada posição. Esses materiais podem ser utilizados para corrigir o alinhamento do corpo. Portanto, caracteriza-se pela precisão das poses: o professor deve ficar atento a cada detalhe. Seus benefícios incluem melhora da postura, fortalecimento muscular e desenvolvimento da concentração. A prática é ideal para as pessoas que possuem má postura e auxilia nos tratamentos de problemas motores, e também é indicada para aos novatos.


- Asthanga Vinyasa: Outra modalidade da Hatha, porém mais dinâmica e uma das mais vigorosas, o aluno precisa ter um bom condicionamento físico. Já que trabalha com seis séries fixas de difícil execução, aprendidas progressivamente, o que exige um grau cada vez maior de força, flexibilidade e consciência do aluno. É assimilada aos poucos: somente quando a primeira fase estiver dominada é que se aprende a segunda, assim, sucessivamente. É ligada ao fluir dos movimentos: o aluno faz uma sucessão de posturas contínuas com respiração profunda para trabalhar os músculos. Método energético com sequência sem intervalos. Exige muita força e flexibilidade. Oferece aumento de força muscular, resistência física e elasticidade. O exercício une posturas associadas, que começam com a saudação ao sol (ver a sequência para a execução: http://www.ecocheervegan.com/atividade-fisica-e-bem-estar/130-saudacao-ao-sol-surya namaskara) e evoluem para sequências em pé e no chão, todos seguindo um o ritmo de respiração forte, que produz um som característico das aulas de Asthanga. Enquanto a respiração forte ajuda a aquecer o corpo internamente, renovando o sangue e ajudando a prevenir lesões, o suor liberado no exercício ajuda a desintoxicar o organismo. A permanência na postura (ássana) pode ser menor do que na Hatha Yoga, e as posições são conectadas com vinyasanas, ou seja, movimentos ligados à respiração.



- Power Yoga (ou Dynamic Yoga): Originado do Hatha, mas tem movimentos intensos baseados no Asthanga. Essa modalidade ganha cada vez mais adeptos porque consegue, numa só aula, trabalhar concentração, e valências físicas muito importantes como equilíbrio, força, alongamento e flexibilidade. A Power Yoga é um misto de meditação com exercícios localizados, é a que mais faz sucesso no meio fitness (academias de ginástica, clubes esportivos, etc.). As aulas são dinâmicas, ideais para quem quer explorar seus limites físicos. Como a intensidade é maior, o ganho muscular pode ser rápido. É uma prática bem vigorosa, que combina movimentos fortes com respiração dinâmica, aliando posturas da Yoga, com exercícios e movimentos extras. Funciona assim: os movimentos são feitos numa sequência que lembra uma coreografia. A respiração, chamada de “ujyi”, é nasal e vigorosa, colaborando para esquentar o corpo. O aluno deve permanecer nas posturas durante algumas respirações, o que torna a prática bem intensa. Os minutos finais são dedicados à meditação. O exercício começa com uma série de aquecimentos, seguidos de posições básicas intercaladas pelas sequências de manutenção do aquecimento. A prática é finalizada com técnica de relaxamento, que ajuda na assimilação dos efeitos, e com meditação orientada.

 

- Sinavanda Yoga: Este estilo também se refere à Hatha, e é bem popular no EUA. A aula vai além da parte prática dos movimentos e da meditação tradicional, já que dá uma atenção especial também à alimentação e à meditação com ênfase nos mantras (vocalização de sons). Além das posturas de saudação ao sol, incluem técnicas de respiração, dieta vegetariana, pensamentos positivos e várias modalidades meditativas. Benefícios: alivia o stress, melhora a flexibilidade e a concentração.

 

- Bikram Yoga: Esse estilo também é proveniente da Hatha, não obstante, é muito rigoroso e exige um alto nível de preparo físico. Seu criador, Bikram Choudhuru, é conhecido como o professor das estrelas de Hollywood. Também conhecida como “Yoga quente”, esta forma de Yoga é praticada em uma sala aquecida a 38°C a 42°C e a umidade mantida a 40%. Há 26 posturas que fazem parte da classe, são guiadas por um diálogo específico do professor e 2 (duas) técnicas de respiração. A adaptação à temperatura não é imediata, e no início, poucos alunos conseguem ficar até o fim das aulas. Há que se respeitar o limite individual e se manter bem hidratada e com roupas leves; e assim como, qualquer prática de Yoga, mas principalmente com o bikram, ter o aval médico. Seus benefícios operam no ganho de força muscular, resistência, eliminação de toxinas, melhoramento da circulação sanguínea e flexibilidade.

 

- Swásthya Yoga: É a modalidade codificada e estilo do Yoga antigo difundido pelo mestre De Rose, da “Universidade de Yoga”. Sua meta principal é o autoconhecimento. SwáSthya tem raízes Tantra-Sámkhya, caracterizando-se por ser um Yoga naturalista (por ser um Yoga extremamente técnico, dinâmico e que não adota misticismo, agrada mais às pessoas dinâmicas, realizadoras e de raciocínio lógico). A prática completa do método compreende oito tipos de técnicas (que contém os elementos que fundamentam todas as demais modalidades de Yoga) que, sem ser atividade física nem desportiva, promovem um aperfeiçoamento multilateral do praticante. Benefícios: A prática ensina a respirar melhor, como relaxar, como concentrar-se, como trabalhar músculos, articulações, nervos e glândulas através de técnicas corporais fortes, porém que respeitam o ritmo biológico do praticante.



- Kundalini Yoga – o caminho pelo equilíbrio das forças ocultas: Também conhecida como “Yoga Espiritual”, originária da Tantra Yoga, é conhecida como Yoga da consciência, conforme ensinamentos transmitidos por Yogi Bhajan. Kundalini é muito diferente do Hatha Yoga tradicional, e centra-se nos elementos espirituais de uma prática de Yoga. É um antigo estilo de Yoga que recentemente se tornou popular no Ocidente. O objetivo principal é fazer subir a Kundalini - energia que fica adormecida na base da coluna, no primeiro chakra (centro de força), e que sobe com a expansão da consciência da pessoa. Vai além do plano físico, pois sua filosofia está voltada para o espiritual e o energético, buscando a expansão da consciência. Kundalini se refere à ideia de sua energia espiritual, ou força de vida, que é mantido na base de sua espinha. A ideia é aproveitar essa força de vida e usá-la. Na aula, utilizam-se tanto as posturas quanto as respirações, contrações, exercícios de limpeza das mucosas, gestos com as mãos ou gestos reflexológicos (Mudras) e mantras (sons sagrados), além de foco na meditação. As posturas da Kundalini são muito diferentes da maioria das poses que você vai reconhecer de outras práticas de Yoga. Um elemento crucial de uma prática Kundalini é o “Breath of Fire” (respiração de fogo). A “Breath of Fire” é uma forma de respiração que se destina a intensificar a prática. Algumas posturas da Kundalini Yoga incluem “Rolls pescoço” (giro do pescoço), pose de Lótus, e torce espinhal ou rolamento (massagem na coluna). Benefícios: A prática limpa e revigora o organismo, fortalece e alonga o corpo e equilibra os sistemas nervosos e glandulares, sincronizando-os com a rede de meridianos, chakras e corpos energéticos. Bom para pessoas que estão interessadas em experimentar uma nova forma de Yoga, que estão procurando um aspecto mais espiritual para a sua prática de Yoga.

 

Kurunta Yoga: a palavra kurunta é proveniente do sânscrito e significa marionete, ou seja, é uma técnica de Yoga realizada com cordas fixadas em paredes. Esta técnica pode ser usada como preparação para a execução de alguns ássanas mais difíceis ou apenas para auxiliar os indivíduos com alguma restrição física ou psicológica. Promove o aumento do tônus muscular sem perder o alongamento das fibras, melhora o equilíbrio  e descomprime as articulações, especialmente das vértebras da coluna. 





Existem muitos outros estilos de Yoga, mas esses são mais populares no Brasil, e os comentários acima sobre cada um deles podem ajudar a escolher o que mais se adequa às suas necessidades e também a sua própria personalidade. 


A prática da Yoga contribui para o aumento da flexibilidade e concentração, sendo necessário que se coloque intenção no movimento para a manifestação de seus efeitos.





Mas o mais importante, independentemente da modalidade de Yoga que você escolher, é exercitar-se com vontade e concentração, colocando intenção no movimento, na postura, para poder canalizar a energia vital/cósmica diretamente para dentro do corpo, para poder ser, então, absorvida pelos músculos, pelo sangue, pelos ossos e pelos nervos e, enfim, atuar no rejuvenescimento celular.



A Ioga é para todos. Seus efeitos: beleza e força, clareza de expressão, tranquilidade, boa disposição e um rosto cheio de sorrisos.


Que todos os seres sejam felizes e serenos!

Que todos os seres possam viver em paz!



Om śāntih, śāntih, śāntih!

Om paz, paz, paz!

 

 

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