Doces lembranças! É pão de ló, é
rocambole, é doce de leite, deleite, açúcar para a alma! Momentos sagrados!
Inesquecíveis!
O pão de ló, também chamado de
bolo esponjoso, é um bolo que foi criado pelo cozinheiro genovês Glovan
Battista Cabona. Ele foi, em sua receita original, elaborado com ovos, açúcar e
farinha de trigo e sem fermento ou xarope.
Ló, para quem não sabe, é um tecido
finíssimo e delicado.
Na Itália, o doce chama-se Pan di Spagna, em homenagem ao rei
Fernando VI de Espanha, e, no Japão Kasutera ou Castella ou Casterá (por
causa da clara em castelo, que é mais firme que a clara em neve) e leva mel na
receita.
Em Portugal, existem versões
modificadas da receita de pão de ló que se tornaram símbolos de algumas
regiões, como o pão de ló de Alfeizerão, o de Ovar, o de Margaride e o de
Arouca.
É sabido que a
doçaria tradicional portuguesa tem geralmente origem nos conventos.
O pão de ló é
um dos bolos mais antigos e não era somente para sobremesa, mas também indicado
nas dietas de convalescentes e das famílias enlutadas, pois era enviado como
presente ou lembrança de conforto. Era ainda oferecido junto com um copo de
vinho aos condenados à morte, no momento em que subiam à forca, assim como era
também o doce sempre presente nas mesas dos padres abastados e magistrados
antigos.
Diz a tradição
que a receita do pão de ló pertencia às freiras do convento de Cós e que após o
seu encerramento, durante as lutas liberais, estas foram acolhidas por famílias
de Alfeizerão, a quem transmitiram o seu segredo.
Iguaria quase
sempre acompanhada por um vinho do Porto.
Come-se todo o
ano, mas é pela Páscoa e pelo Natal que ele é mais consumido por todas as
famílias portuguesas.
O bolo mais parecido com o pão de ló da culinária da Inglaterra e da culinária dos Estados Unidos é o sponge cake.
O pão de ló segue a combinação
clássica da doçaria portuguesa, ou seja, a receita leva açúcar, ovos e claras
batidas em neve.
O pão de ló, receita típica da
cozinha portuguesa, além de ser consumido sozinho, pode servir de base para
bolos recheadíssimos.
Hoje vou-me utilizar do pão de ló e fazer um rocambole ou swiss roll ou rollo suizo.
O rocambole é um bolo fino em
forma cilíndrica com recheio e enrolado sobre si mesmo.
Um tipo de rocambole típico de
Pernambuco é o Bolo de rolo cuja massa é enrolada com uma camada de goiabada
derretida.
A receita do rocambole é da
minha avó Elvira que perfumava a casa com seus quitutes. Tudo feito com muito
amor! E ela me ensinou a fazer muitos docinhos! Hummm, deliciosos! Saudades da
minha infância! Saudades da minha avó!
Doces lembranças! É pão de ló, é
rocambole, é doce de leite, deleite, açúcar para a alma! Momentos sagrados!
Inesquecíveis! E, assim, perto da pia, do fogão, do borralho, sentada à mesa,
com a mão na massa, o cheiro do doce e do tempero, misturado aos causos da
cidade, da família, dos amigos, tudo ia dando mais cor e sabor para a
comida. Mais do que trocas de receitas, eram as trocas afetivas. Era assim que se fazia, era assim que se aprendia ... sempre com uma
pitadinha de amor!
ROCAMBOLE DA VOVÓ
Ingredientes para a massa:
- 04 ovos
- 07 colheres de açúcar
- 03 colheres de farinha de
trigo
- 01 colher de Maizena (ou amido
de milho)
- 01 colher de Pó Royal (ou
fermento em pó)
Modo de fazer:
Bata as claras em neve.
Depois
coloque as gemas (não se esqueça de retirar aquela membrana da gema para não
deixar o doce ficar com cheiro de ovo) e continue a bater bem (pelo menos uns
05 a 07 minutos na velocidade máxima).
Em seguida, coloque o açúcar e vai
batendo, coloque a farinha de trigo e a Maizena e bata mais um pouco.
Por fim, misture
o Pó Royal delicadamente com uma colher. Unte o tabuleiro com manteiga. Cubra a
forma (tabuleiro) com o papel impermeável ou papel manteiga (untar o papel
também).
Coloque a massa no tabuleiro e leve para assar.
Leve ao forno médio
(180°C), pré-aquecido, por aproximadamente 15 a 30 minutos, ou até começar a
dourar (basta espetar um palito para ver se já está assada).
Depois de pronta a
massa de pão de ló e ainda morna, retire-a com cuidado do tabuleiro, removendo
o papel impermeável, e a despeje em um pano de prato úmido.
Coloque o recheio
sobre a massa, esparramando-o, e vá enrolando a massa com a ajuda do pano de
prato úmido, tendo cuidado para não quebrá-la.
Põe-se canela por cima para
polvilhar.
Recheio:
Pode-se rechear o rocambole com
goiabada cremosa ou doce de leite. Aqui usei o doce de leite feito do leite
condensado. Para isso, coloquei a lata do leite condensado fechada dentro de
uma panela com água e deixei ferver por quase 01h30.
Ficou cremoso e não muito
escuro. Preferi não usar panela de pressão por razões de segurança, por isso
levou mais tempo para cozinhá-lo. Na pressão o tempo reduziria para uns 30
minutos.
Dicas:
Confira as dicas para evitar um
problema bem comum com o pão de ló: o característico – e desagradável – sabor e
cheiro de ovo.
1. Use sempre ovos muito frescos para este tipo de preparo – quanto
mais fresco menos odor.
2. Evite ovos caipiras – apesar de mais saudáveis e bonitos,
infelizmente tem sabor mais acentuado.
3. Bata muito bem os ovos – pelo menos 05 a 10 minutos em
velocidade alta.
4. Certifique-se que o bolo esta completamente assado antes de
retirar do forno – bolos mal assados tem mais chances de ter cheiro e sabor de
ovo.
5. Podem-se bater as gemas de ovo com a água fervente até a espuma
subir até as bordas da tigela. Mas não cheguei a fazer assim, mas dizem é
importante para o bolo não ficar com
cheiro de ovo.
6. Deve-se retirar a película do ovo e bata bem, bem mesmo, cerca
de 5 min na velocidade máxima.
7. Outra dica que encontrei na
internet é a seguinte: antes de usar os ovos em uma receita, coloque-os em
uma tigela à parte e adicione um pouquinho de água, e o
cheirinho desagradável de ovo que insiste em assombrar algumas
sobremesas desaparece; e uma colherinha que chá de água já é o suficiente para uma
receita simples.
Momento da degustação.
Todos aprovaram!
Ficou com água na boca? Então,
experimente!
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