A Inveja (divindade alegórica)
Os
gregos tinham feito da Inveja um deus, porque a palavra ftonos, que, na sua língua, exprime esse defeito, é do masculino;
os romanos consideravam-na uma deusa.
O
seu nome, Invídia, é derivado de um
verbo que significa "olhar com maus olhos". Para garantir os seus
filhos do mau-olhado, isto é, da influência do gênio maléfico, os gregos
recorriam a práticas supersticiosas, e o mesmo acontecia com os romanos.
Representava-se
essa divindade sob os traços de um velho espectro feminino, com a cabeça
cercada de cobras, os olhos vesgos e fundos, a tez lívida, uma horrível
magreza, serpentes nas mãos e outra roendo-lhe o coração. Algumas vezes põe-se
a seu lado uma hidra de sete cabeças.
A
Inveja é um monstro que o mais brilhante mérito não pode sufocar.
Mito e Mitologia
Primeiramente,
vou tercer algumas considerações sobre o mito e mitologia.
Mito vem da palavra
grega mythos (μῦθος)
que pode ser traduzido como discurso ou narrativa.
Os mitos são
narrativas utilizadas pelos povos antigos para explicar fatos da realidade e
fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles. Fornecem uma
explicação do real, no que diz respeito a certos fenômenos naturais ou a
algumas facetas do comportamento humano. Os
mitos se utilizam de muita simbologia (linguagem simbólica), personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos
estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas e
pessoas que realmente existiram. Um dos objetivos do mito é transmitir conhecimento e explicar fatos que
a ciência ainda não havia explicado, retratando e descrevendo a origem e
suposições de alguma cultura, explicar a criação do mundo, do universo, ou
qualquer assunto de difícil explicação.
A Mitologia
é o estudo de
mitos, lendas e a interpretação dos mesmos em alguma cultura.
Uma
belíssima história. A inveja sempre foi um dos piores sentimentos. E a deusa
Atenas não suportando ser preterida em sua beleza usou de seu poder para
destruir aquela que ameaça o seu reinado. É sempre assim não é mesmo? As
pessoas usam o poder para destruir os que incomodam mesmo que
involuntariamente. Uma bela reflexão com um excelente aprendizado.
O
casal de deuses marinhos, Fórcis e Ceto, tiveram três filhas: Medusa, Esteno e
Euríale. Como eram muito belas, Atenas, a deusa da sabedoria, escolheu a
primeira para ser uma sacerdotisa em seu templo. Para que assim fosse, a jovem
deveria ter uma beleza excepcional e ser ainda virgem. Medusa então se tornou a
mais bela sacerdotisa de Atenas. O seu belo perfil e lindos cabelos, que lhe
cobriam metade das costas, chamaram a atenção dos adoradores de Atenas,
deixando a deusa um pouco enciumada. Mesmo sabendo que era desejada pelos
homens, Medusa só se preocupava em cumprir perfeitamente suas funções no
templo.
Porém,
não eram somente os homens que a desejavam, o deus do mar, Poseidon,
intencionou possuí-la assim que a viu. Ficou tão apaixonado que faria qualquer
coisa para isso. Mas Medusa, como sacerdotisa jamais poderia sair do templo.
Então, disfarçado, escondeu-se atrás do grande altar e, quando não havia mais
ninguém no templo, surpreendeu Medusa e a possuiu contra a sua vontade.
Atenas,
quando soube que seu templo havia sido violado, descarregou sua ira na inocente
Medusa. Primeiro, transformou-a num ser mortal, depois escureceu sua pele e a
revestiu de escamas de réptil. Mas seus cabelos continuavam belos e sedosos,
então a deusa os transformou em serpentes. Medusa ficou parecida a uma velha
medonha e, mesmo se desculpando, implorando que estava grávida e exigindo
justiça, não foi perdoada. Por fim, Atenas determinou que todos que olhassem
para Medusa se transformassem imediatamente em uma estátua de pedra. Medusa foi
viver com as irmãs em uma caverna, no extremo ocidente da Grécia. Eram chamadas
de “as irmãs górgonas”, porque a cada dia se tornavam mais feias e repugnantes.
Todos se esquivavam de passar perto com medo de virarem pedra.
Em
uma ilha próxima, o tirano rei Polidectes raptou Dânae, mãe do jovem e valente
Perseu. Ameaçando violentá-la, exigiu que o jovem lhe trouxesse a cabeça de
Medusa. Mas como realizar uma proeza dessas se também ele, como todos os
mortais, temia o poder do olhar da górgona? Sensibilizada e querendo dar um fim
àquele episódio, que poderia até manchar sua imagem, a deusa Atena ajudou
Perseu cedendo a ele o elmo de Hades, que lhe tornava invisível, as sandálias
aladas de Hermes, um alforje para transportar a cabeça da Medusa e um escudo de
bronze brilhante, para que ele pudesse enfrentar as três irmãs. Perseu entrou
na caverna enquanto elas dormiam e, mirando o pescoço de Medusa pelo reflexo do
escudo, separou a cabeça do monstro, colocou-a no alforje e saiu da caverna
voando. Chegando à ilha, salvou sua mãe e presenteou a deusa Atenas com a
cabeça decepada, que continha o mesmo poder transformador de quando era viva.
Atenas pregou a face da Medusa em seu escudo e lá ela está até hoje.
Não
há quem não se sensibilize com a história de Medusa, da injustiça que sofreu e
do seu trágico fim, e não se perguntam por que Atenas preferiu puni-la ao invés
de vingá-la. Fazendo parte de um panteão de deuses masculinos, Atenas deveria
ficar ao lado deles e garantir seu status ou decepcionar os humanos e perder
sua condição da deusa mais amada na maior cidade da Hélade? Ela preferiu a
primeira versão. Já Perseu, o assassino de Medusa, passou à história como
herói.
A inveja como sentimento negativo
Inveja. O que é?
Tristeza
pelo bem alheio ou alegria pelo mal do outro, desgosto, ódio ou cobiça aos bens
alheios.
É um sentimento de inferioridade, fruto da comparação que fazemos
entre nós e o outro em algum aspecto específico: ou nas posses materiais, na
casa, no carro, na roupa, no dinheiro ou nas suas qualidades psicológicas,
morais, físicas, sociais ou espirituais.
Ao nos sentirmos menores do que os
outros, nos aumentamos, nos vangloriamos, nos enaltecemos para evitar o
mal-estar do desequilíbrio. Falamos excessivamente bem das nossas próprias
coisas e, ao mesmo tempo, procuramos diminuir o outro através de crítica.
Quando criticamos alguém, quando diminuímos, ofendemos, quando temos
necessidade de falar mal de alguém, provavelmente estamos nos sentindo
inferiores a ele. A inveja é a incapacidade de ver a luz das outras pessoas, a
alegria, o brilho, a luminosidade de alguém, seja em que aspecto for, porque na
verdade, não se percebe ter essa mesma luz.
Desde
criança ouvimos falar que não devemos contar algo de bom que está para nos
acontecer antes que esteja tudo muito certo, o famoso "olho gordo".
Essa crença antiga permanece até hoje e nasce de uma longa observação popular.
O “olho gordo” é outro nome para a inveja. Popularmente, “o olho gordo” é um
olho que atrapalha, faz mal, danifica. O principal prejudicado na inveja não
são os outros, mas nós mesmos, pois é destrutiva, não produz mudanças, diminui
a autoestima, destrói o crescimento pessoal, fazendo com que o invejoso se
contamine de ódio.
O invejoso se utiliza muito da projeção, tornando más as
pessoas que são boas, onde as qualidades do indivíduo invejado ficam perdidas
porque não são percebidas, colocando todos os sentimentos ruins naquele que é
objeto de sua inveja. Ou seja, por negar os próprios sentimentos negativos que
há dentro de si, passa a projetar no outro. "O outro é mau, eu nunca".
A pessoa dominada pela inveja tenta diminuir o outro a todo custo, numa mistura
de raiva e tristeza por tudo que ele tem e conquista.
Quando a inveja é
inconsciente é muito mais fácil de ser projetada e também negada. Aprendemos
ainda, desde muito cedo, a comparar, pois somos constantemente comparados com o
irmão que é mais bonzinho, com o primo que tira boas notas ... Isso acontece na
escola, na família, na sociedade e começam as humilhações e as críticas,
fazendo-nos sentir cada vez mais incapazes de ser e obter o que o outro tem.
Isso acaba gerando sentimentos de impotência, inferioridade e insatisfação
consigo mesmo. Há uma tendência a supervalorizar o outro com tudo que ele tem e
desvalorizar o que temos. A inveja geralmente surge do sentimento de sentir-se
incapaz, percebendo o outro como tendo todos os atributos que acredita não ter.
A competição, tão incentivada no campo profissional, também pode ser geradora
da inveja.
Como combater a inveja?
Olhar
para nós mesmos sem desejar estar no lugar do outro, ao invés de olhar para o
outro e tomar o modelo de vida do outro. Tomar o outro como exemplo positivo e
não desejar estar no lugar dele. Devemos valorizar todo nosso caminho até aqui.
Quanto você não superou, não conquistou? É possível admirar o outro e não mais
querer viver a vida do outro.
É preciso ter consciência do que é ser feliz para
você!
Devemos ter sempre em mente que somos todos seres capazes de nos
transformamos naquilo que gostaríamos de ser e ter, transformando cada sonho em
realidade, ocupando nosso tempo em buscarmos cada um deles e não mais perdermos
parte de nossa vida focados no que o outro tem ou é, ou tentando destruir quem
conseguiu o que não conseguimos. O diferencial acima de tudo é acreditar em si
mesmo, gostar de quem somos e buscar os próprios sonhos!
Aura - poderoso escudo
A
nossa aura, quando equilibrada, saudável, brilhante, se constitui num escudo
que nos defende das irradiações inferiores, como, por exemplo, pensamentos de
inveja, ciúme, vingança, ódio, etc., que estão contidos no espaço que nos
circunda, em forma de ondas mentais, prontas a alimentarem poderosamente o
nosso campo energético, se sintonizarmos com elas.
Por que a reforma íntima ou interior?
É
preciso renovar as esperanças interiores, tendo por meta o fortalecimento da
fé, a solidificação do amor, a incessante busca do perdão, o cultivo dos
sentimentos positivos e a finalização no aperfeiçoamento do ser. Devemos
substituir nossos defeitos, como o orgulho, a inveja, o ciúme, a agressividade,
o egoísmo, a maledicência e a intolerância, por virtudes, tais como a
humildade, a resignação, a sensatez, a generosidade, a afabilidade, a
tolerância e o perdão.
A perspectiva budista
De
acordo com a perspectiva budista, o sofrimento humano advém, quase todo, dos
três venenos – a cobiça, raiva e ignorância. A forma mais básica de cobiça é o
apego egoístico “eu”. De acordo com o Sutra sobre o Bom Comportamento e a Boa Fortuna, a cobiça nos escraviza, pois
nossos desejos egoístas servem apenas para nos aprisionar de maneira cada vez
mais forte às nossas fixações tacanhas.
A cobiça leva-nos a querer mais quando
já temos o suficiente. Ela causa conflitos. E nos leva a enxergar que a cooperação
seria muito melhor entre as pessoas. E a
cobiça está ligada à inveja. Nenhuma prática é mais eficaz que a bondade
amorosa para suplantar a cobiça e as
muitas tendências negativas que vêm a ela atreladas, como a inveja. É essa
virtude é uma das paramitas do budismo, bem como a moralidade, as quais nos
levam a atravessar para a outra margem, em busca da perfeição. Virtudes que nos levam à iluminação.
Considerada
a transcrição do Verso dos Sete Budas,
aqui fica meu recadinho: