sábado, 18 de outubro de 2014

Praças de Uberlândia - Praças da minha infância

Praças de Uberlândia - Praças da minha infância


As praças são espaços urbanos não edificados. Constituem os centros da vida urbana. Além de servirem de caminho para as pessoas transitarem de um lugar ao outro e de servirem de área de lazer, nelas são realizados serviços religiosos e reuniões políticas, bem como feiras populares de produtos artesanais ou produtos para festas populares.

Antigamente, na Grécia antiga, a praça era chamada de "ágora", e funcionava como um ponto de encontro dos cidadãos. Um local que se destinava ao desenvolvimento de atividades ao ar livre, no centro da cidade. Era um lugar em que havia reunião das assembleias políticas e dos tribunais e lugar do ensino dialogal dos filósofos.

Revisitando as praças da minha infância, há que se falar de três, as mais marcantes.




Praça Tubal Vilela



A Praça Tubal Vilela é a principal praça da cidade de Uberlândia. Localizada no centro da cidade. Rodeada por lojas e bancos. Situada entre as duas principais avenidas Afonso Pena e Floriano Peixoto e entre as ruas Olegário Maciel e Duque de Caxias. Glorifica a igreja, porque nela se encontra a Catedral de Santa Terezinha, Igreja Matriz de Uberlândia, antiga, que remonta ao século XIX, quando Uberlândia ainda era o povoado de São Pedro de Uberabinha. 




Hoje esta praça é um patrimônio cultural. O seu nome é uma homenagem à Tubal Vilela que, além de grande empreendedor, foi vereador e prefeito de Uberlândia na década de 1950. 



Antigamente, aos domingos, depois de assistirem à missa, as pessoas passeavam nas praças. Era um espaço em que as crianças podiam brincar, correr, subir em seus bancos, pular, andar de velocípede e bicicleta.  Havia patinhos nadando em um laguinho artificial e (também peixinhos!) e sempre era divertido jogar pipocas para eles. 




Sempre tinha um vendedor de bexigas enchidas com gás hélio. Precisava amarrar estas bexigas nos bracinhos das crianças para estas bexigas não voarem para o céu. Mas, de vez em quando, uma escapava, e a gente ia acompanhado sua subida pelas nuvens e pelas estrelas. Só imaginando onde ela chegaria ... Havia os pipoqueiros, com roupinhas brancas,  com seus carrinhos, vendendo pipoca no saquinho de papel, pipoca de sal e de doce, esta era aquela cor-de-rosa docinha. 



Outra coisa divertida era correr em volta do busto que homenageia Juscelino Kubitschek, mineiro de origem, que teve seu mandato como Presidente da República de 1956 a 1961. Aquela água toda ao redor, bem que parecia uma piscininha!



E, a magia, ficava por conta da Fonte Luminosa. Linda! Principalmente à noite, quando, aos embalos de uma seleção de músicas, suas águas jorravam para cima e para baixo, ficando em cada momento de uma cor, porque a fonte era musical e iluminada. Velhos e bons tempos! Pura nostalgia! 




Os edifícios em volta dela tomaram o lugar das casas antigas de famílias tradicionais. Mas continua sendo o centro da vida urbana, onde o coração da cidade pulsa.





Praça Adolfo Fonseca



A Praça Adolfo Fonseca é também conhecida como Praça do Museu. Antigamente era conhecida como Praça D. Pedro II (1919). No início do século XX, em volta desta praça havia o Novo Hotel (inaugurado em abril de 1919 e demolido na década de 1970) e a Escola Estadual de Uberlândia (inaugurada em 1921 e tombada como Patrimônio Histórico Municipal em 2005). No projeto desta praça, executado em 1919, o piso da praça ficava em um nível abaixo do das ruas circundantes e apresentava uma arborização escassa. Em 25 de outubro de 1959, a praça teve o seu nome modificado para Praça Adolfo Fonseca, com a inauguração do busto de Adolfo Fonseca e Silva, farmacêutico, que foi presidente do Partido Progressista em 1936 e vereador de Uberlândia.  




A Praça Adolfo Fonseca está localizada no centro de Uberlândia entre as Avenidas Cipriano Del Fávero e João Pinheiro e entre as ruas laterais Goiás e Teixeira Santana. Em frente à praça, no meio da Avenida João Pinheiro, se encontra a famosa árvore sibipiruna (e não um pau-brasil, como pensavam), que plantada em julho de 1918 pelo comerciante Oscar Miranda, cresceu e se tornou uma árvore muito bonita e frondosa, se tornando patrimônio histórico-cultural de Uberlândia. Quantas histórias já não se passaram debaixo desta majestosa árvore?
  




A visibilidade da praça foi melhorada através do paisagismo. E praça encanta a escola e o centro da cidade!




Praça Clarimundo Carneiro




A Praça Clarimundo Carneiro é também conhecida por Praça da Prefeitura. Mas o primeiro nome da praça foi Praça da Liberdade. A Praça Clarimundo Carneiro ocupa a área onde foi construído o segundo cemitério da cidade. Esse cemitério foi desativado em 1898 para dar origem a esta praça que fica mais bela na primavera, quando o ipê rosa sobressai majestoso com sua flores e cores.



Localizada oficialmente no Fundinho, em região central de Uberlândia, passou a chamar-se Clarimundo Carneiro, em homenagem a um dos mais importantes empresários do início do século XX, em Uberlândia, responsável pela companhia da energia elétrica na cidade. É composta por um  conjunto - Praça, Coreto e Edifício da Câmara (Palácio dos Leões) -  e é um espaço muito importante e significativo da cidade. 




Este conjunto foi tombado em 1985 e nomeado Patrimônio da cidade. O município de Uberlândia foi criado pela Lei nº 3.643 de 31 de agosto de 1888, sua instalação se deu em 14 de março de 1891, tendo como sede um casarão alugado, no qual funcionava o Poder Judiciário, o Legislativo e o Executivo, pois naquela época o Presidente da Câmara era também o Agente Executivo. Até 1929 Uberlândia era conhecida pelo nome de Uberabinha. O Museu Municipal, onde acontecem as exposições focadas na história local,  ocupa o prédio que foi construído para abrigar o Paço Municipal. (construído em 1917  e restaurado em 1995).  






No centro da praça, há o antigo Palácio dos Leões, que era a antiga Câmara Municipal da cidade, e que hoje é o Museu Municipal.



Nela também se encontra o Coreto, cobertura, situada ao ar livre, nesta praça, construído para abrigar bandas musicais em concertos e festividades. 



E como não se recordar da Banda Municipal e todos os seus integrantes uniformizados, tocando no Coreto desta praça, com seus instrumentos de sopro e percussão, principalmente os pratos, tubas e trompetes, que ressoavam como gigantes aos olhos de uma criança. Brincar de tudo "tava valendo", principalmente de pique de pegar, porque lá havia muito lugar para se esconder, o Coreto e a antiga Câmara, e, o melhor, tinha escorregador, que, na verdade era como se fosse, na entrada do prédio da antiga Câmara. 



Não resisti e tirei uma foto aí, porque minha avó materna, Elvira Felice Alvim, a terceira que está sentada da direita para a esquerda (me lembrei pelas fotos antigas!) também tirou uma foto neste local em 1936 junto das colegas de escola (estudantes do "Museu"). Ela estava com apenas 15 anos. O máximo isso! Eu, 2014 , e ela, 1936 (apenas 78 anos após!).






Estas praças se tornaram praças históricas, porque guardam memórias e muitas recordações. Harmonização perfeita entre o passado e o presente - praças de Uberlândia, praças da minha infância!

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